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Mostrando postagens de abril, 2025

O Prólogo do Evangelho de João: História, Teologia e Revelação

Quando abrimos o Evangelho de João, encontramos um texto que soa como um hino: uma introdução solene e profunda que não apenas apresenta o livro, mas já nos mergulha no coração da fé cristã. O prólogo (João 1.1-18) é um dos trechos mais impactantes da Bíblia — e compreendê-lo é essencial para entender quem é Jesus e o que Ele veio fazer. Este texto, escrito no final do primeiro século, dialoga diretamente com os grandes debates religiosos e filosóficos da época, ao mesmo tempo que firma verdades eternas para todos os tempos. O contexto histórico: entre judeus e gregos Quando João escreve, o cristianismo já enfrenta oposição. De um lado, a resistência de muitos judeus que recusavam reconhecer Jesus como Messias; de outro, influências filosóficas do pensamento grego — especialmente ideias como o "Logos" (Palavra, Razão divina), um conceito popular na filosofia helenística. João, inspirado pelo Espírito, faz algo brilhante: ele usa esse conceito de "Logos" para ap...

Sardes: A Cidade que Dormia de Olhos Abertos

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  Sardes é lembrada principalmente por seu papel como uma das sete igrejas mencionadas no livro do Apocalipse. Mas entender a igreja de Sardes exige olhar para a cidade em que ela existia — uma cidade que já foi grandiosa, mas que viveu aprisionada em sua própria fama. Um Passado de Glória e um Presente de Ilusão No século VII a.C., Sardes era a capital da Lídia. Sob o reinado do famoso rei Creso, foi considerada uma das cidades mais esplêndidas do mundo antigo. Localizada no alto de uma colina e protegida por muralhas e penhascos íngremes, parecia inexpugnável. Seus habitantes confiavam tanto em sua posição estratégica que acabaram negligenciando a vigilância. Isso custou caro: primeiro, foi tomada por Ciro da Pérsia (529 a.C.); depois, por Antíoco Epifânio (218 a.C.), sempre pela mesma razão — excesso de confiança. Durante o período de Alexandre, Sardes foi reconstruída e se tornou um centro religioso dedicado à deusa Cibele (ou Ártemis). Mais tarde, em 17 d.C., um terremoto abal...

Você já pensou sobre os números da Bíblia?

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  Você já se perguntou por que certos números aparecem tantas vezes na Bíblia? Por que 7 é tão recorrente? Ou o 40? Isso não é acaso — é propósito. Desde os tempos antigos, números sempre carregaram mais do que valores matemáticos. Povos como os egípcios, gregos, babilônios e hebreus já usavam números para expressar ideias profundas, muitas vezes ligadas à fé, ao cosmos e à existência. Os gregos criaram até uma “aritmologia”, uma forma antiga de numerologia; os egípcios usavam números para falar sobre a vida após a morte; os hebreus viam os números como canais de mensagens espirituais. E isso tudo se reflete na Bíblia. Na Palavra de Deus, os números não estão ali só para contar — eles revelam, ensinam, apontam para algo maior. Veja o número 1, por exemplo: fala da unidade e singularidade de Deus. O 3 nos lembra da plenitude divina — Pai, Filho e Espírito Santo. O 7 aparece o tempo todo para expressar perfeição e totalidade espiritual, como nos sete dias da criação e nos sete Espíri...

A Doutrina dos Nicolaítas ... o que isso quer dizer?

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  A Doutrina dos Nicolaítas e Seu Perigo para a Igreja A doutrina dos nicolaítas é mencionada em Apocalipse 2.6 e 2.15, nas cartas às igrejas de Éfeso e Pérgamo. Embora o texto não forneça muitos detalhes, há algumas interpretações baseadas no contexto bíblico e histórico que nos ajudam a compreender a ameaça que esse grupo representava para a fé cristã. 1. O que sabemos a partir do texto bíblico? Jesus repreende a igreja de Pérgamo por tolerar a doutrina dos nicolaítas e a relaciona com o ensino de Balaão: "Assim, você também tem os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio." (Apocalipse 2.15, NAA) A menção a Balaão sugere que os nicolaítas promoviam práticas similares às que Balaão incentivou entre os israelitas (Números 25.1-3), envolvendo: Participação em banquetes sacrificados aos ídolos. Imoralidade sexual como parte do culto pagão. Em Apocalipse 2.6, a igreja de Éfeso é elogiada por rejeitar essa doutrina, enquanto a igreja de Pérgamo é repreendida p...

Quem é Jezabel de nossos dias...

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  A figura de Jezabel mencionada na igreja de Tiatira (Apocalipse 2.20) simboliza um espírito de corrupção doutrinária e moral que se infiltra na igreja. Jesus repreende essa mulher, que "se diz profetisa", por induzir os servos de Deus à imoralidade e à idolatria. Essa referência nos remete à Jezabel do Antigo Testamento, esposa do rei Acabe, que introduziu idolatria e corrupção em Israel (1Rs 16.31-33). A Relação com a Igreja Contemporânea A advertência de Jesus a Tiatira continua extremamente relevante para a igreja de hoje. O espírito de Jezabel pode se manifestar de diversas formas, comprometendo a pureza da fé e desviando muitos do verdadeiro evangelho. Vejamos algumas dessas influências: 1. Sincretismo Religioso e Relativismo Teológico Jezabel misturou a adoração ao Deus verdadeiro com práticas pagãs, levando Israel à idolatria. Hoje, muitas igrejas enfrentam um desafio semelhante, aceitando crenças e práticas que não estão alinhadas com as Escrituras. O relativismo te...