Compaixão: a ação de Deus!
A
compaixão é o amor (q.v.) em ação. É a aplicação da fé cristã
às dores humanas. É a ajuda ao próximo. Compaixão é levar as cargas do outro.
Nosso Senhor Jesus, em seu ministério, parece ter agido precisamente com essa
motivação. “Quando viu as multidões, teve compaixão por elas porque estavam
sofridas e sem ajuda …” (Mt 9.36).
Compaixão
é seguir o exemplo que Jesus deu, de dar a vida pelos outros. O Cristianismo vê
a compaixão como uma característica essencial da vida moral. É o cumprimento da
ordem de Jesus de amarmos uns aos outros (cf. 1Jo 3.11–18). “Irmãos, levai as
cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.2; cf. 5.14).
Tal
simpatia amorosa é dirigida pela consciência da graça de Deus: “Antes, não
tivestes misericórdia, mas agora recebestes misericórdia” (1 Pe 2.10). “O
sentimento de Deus torna-se nosso próprio sentimento. Junto com o seu perdão
recebemos a compaixão que segue o padrão de sua própria compaixão” (R. Newton
Flew, Jesus and His Way, Londres, Epworth, 1963, p. 147).
Em
Lucas 10.29–37, Jesus retrata essa compaixão mostrando Deus como o Bom
Samaritano. Ela consiste no desprendimento ativo do amor que alivia as feridas
com vinho e óleo, que leva o paciente até à hospedaria, e que se responsabiliza
pelos custos.
A lei
do amor de Jesus se traduz, aqui, nos empenhos da vida:
(1) na
preocupação do samaritano com a necessidade do próximo, não com a sua;
(2) na
direção de sua atenção para o ponto de maior sofrimento;
(3) no
mandamento de Jesus: “Vai e faze o mesmo”;
(4) na
obrigação estendida a cada próximo (q.v.) que estiver em necessidade.
A
descrição que o interlocutor de Cristo, o advogado, fez do samaritano também é
digna de nota: “O que agiu com misericórdia para com o homem ferido…” O
samaritano não apenas demonstrou simpatia para com o próximo, mas realizou um
ato de bondade, não “para” o sofredor, mas “pelo” (no grego, met’autou, ao lado
de).
Sentimentos
de preocupação, pena ou dó, muitas vezes fazem que a pessoa sinta simpatia em
relação ao sofredor. Mas a verdadeira compaixão não é algo meramente
emocional ou passivo; é também um forte estímulo à ação. “Essa emoção
tornar-se volição… A compaixão autêntica resulta em ajuda ativa” (Emil
Brunner, The Divine Imperative, Filadélfia. Westminster, 1947, p. 323).
“Não
amemos de palavra nem de língua, mas de fato e de verdade” (1Jo 3.18).
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Wayne
G. McCown, “Compaixão”,
trans. Elizabeth Gomes, Dicionário de Ética Cristã (São Paulo: Editora
Cultura Cristã, 2007), 118–119.
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