Um pai cheio de compaixão

 

"E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou." 

(Lucas 15.20) 

 O versículo de Lucas 15.20 é um retrato profundo do amor e da compaixão de Deus, ilustrado na figura do pai que recebe seu filho pródigo de volta ao lar. Este pai, que vê o filho ao longe, movido por uma compaixão que brota das profundezas do seu ser, não espera que o filho chegue até ele. Pelo contrário, ele corre ao encontro do filho, mostrando que o amor de Deus não espera, mas se antecipa, mesmo quando ainda estamos distantes. Esse ato de correr ao encontro do filho é significativo. 

No contexto cultural da época, era incomum para um homem adulto correr, pois isso seria visto como indelicado ou inadequado. No entanto, o pai não hesita em se despojar de qualquer orgulho ou dignidade para abraçar o filho que estava perdido. Isso demonstra que a compaixão de Deus não conhece limites e está disposta a quebrar barreiras para nos alcançar. 

 Ao receber o filho, o pai não apenas o abraça e beija, mas também lhe oferece três presentes: a melhor roupa, um anel e sandálias. Cada um desses presentes é carregado de significado e enfatiza o profundo ato de compaixão do pai: 

1. A Melhor Roupa: Este presente simboliza a restauração da dignidade e da honra. O filho, que havia se perdido e se sujado no mundo, é agora revestido com a melhor roupa, simbolizando que, independentemente de quão distante nos afastamos, Deus está sempre pronto para nos restaurar e nos vestir com Sua justiça. 

 2. O Anel: O anel era um símbolo de autoridade e pertencimento. Ao colocar o anel no dedo do filho, o pai não apenas o aceita de volta, mas o restaura à sua posição de filho legítimo, com todos os direitos e privilégios de ser parte da família. Isso reflete como, através da compaixão de Deus, somos restaurados à nossa verdadeira identidade em Cristo. 

3. As Sandálias: Naquela época, apenas os membros da família usavam sandálias; os servos andavam descalços. Ao dar sandálias ao filho, o pai afirma que ele não será tratado como um servo, mas como um filho. Isso nos lembra que a compaixão de Deus não nos rebaixa, mas nos eleva, nos chamando de volta à nossa posição de filhos e filhas amados. 

Cada um desses presentes é uma expressão tangível da compaixão do pai, que não apenas perdoa, mas também restaura completamente. Da mesma forma, o amor de Deus para conosco não é apenas um amor que perdoa, mas que também restaura, cura e nos dá uma nova identidade em Cristo. 

Ele nos veste com a Sua justiça, nos dá autoridade e nos chama de volta à família, sempre prontos para nos receber, mesmo quando estamos longe. Que possamos sempre lembrar do amor incondicional e da compaixão do nosso Pai celestial, que corre ao nosso encontro e nos recebe de volta de braços abertos. Amém.