O Pastor e a vida Pastoral da Igreja
Baseando-se nos textos de João 10.11-16 e Efésios 4.11-13, a figura do pastoreio ocupa uma posição central na mensagem bíblica, revelando o cuidado e a liderança de Deus sobre Seu povo. Essa temática ganha sua maior expressão na pessoa de Jesus Cristo, o Supremo Pastor, que não apenas guia Suas ovelhas, mas também entrega Sua própria vida por elas. À luz dessa verdade, podemos refletir sobre como Cristo realiza Sua obra pastoral e nos chama a participar dessa missão por meio da edificação da igreja como uma comunidade acolhedora e cuidadosa.
Jesus é o Supremo Pastor da Igreja, a qual pertence exclusivamente a Ele. No evangelho de João, Ele declara: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (João 10.11). Esta afirmação realça tanto Sua autoridade quanto Seu profundo compromisso com Suas ovelhas. Diferente dos mercenários, que fogem diante do perigo, Jesus enfrenta os desafios por amor ao rebanho (João 10.12-13). Seu pastoreio é marcado pela rendição salvadora, uma entrega sacrificial na cruz que demonstra o maior ato de cuidado e redenção, como descrito por Pedro: “Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados” (1 Pedro 2.24). Como o Supremo Pastor, Ele conhece nossas fraquezas e nos conduz com segurança, oferecendo refúgio nas tribulações da vida e trabalhando sempre para nosso bem eterno.
Entretanto, Jesus não realizou esta missão sozinho. Ele escolheu colaboradores para o pastoreio de Sua igreja, demonstrando Sua intenção de multiplicar o cuidado pastoral. A carta aos Efésios revela que Ele concedeu líderes à igreja – apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres – para equipar os santos e edificar o corpo de Cristo (Efésios 4.11-12). Essa missão, liderada pelo Espírito Santo, capacita esses homens e mulheres para cuidar, guiar e proteger as ovelhas de Cristo (Atos 20.28). Pedro é um exemplo marcante desse chamado, quando Jesus, ao restaurá-lo, ordena: “Apascenta as minhas ovelhas” (João 21.15-17). Os líderes locais, em seus diferentes dons e funções, são colaboradores que servem ao Supremo Pastor, guiando com amor, empatia e profundo senso de serviço. Pastorear é mais do que uma tarefa humana; é um chamado divino que exige paixão pelas pessoas.
Além disso, Jesus está formando uma igreja pastoral por meio do acolhimento e do cuidado mútuo entre os crentes. A igreja é descrita como uma comunidade acolhedora, cuja missão é levar as cargas uns dos outros, cumprindo assim a lei de Cristo (Gálatas 6.2). Nesse contexto, o modelo comunitário da igreja reflete o próprio coração de Cristo quando cuida dos feridos, fortalece os fracos e caminha ao lado dos que mais precisam. O relato de Atos 4.32 é inspirador: “Da multidão dos que creram era um o coração e a alma”. Este testemunho é um convite a sermos uma “igreja samaritana” – à semelhança do bom samaritano que demonstrou compaixão pelo próximo no caminho (Lucas 10.25-37). Assim, a igreja pode ser reconhecida por sua hospitalidade, generosidade e comprometimento com o discipulado.
Portanto, a vida da igreja reflete a obra pastoral de Cristo, tornando-nos cooperadores em Sua missão. Ele nos guia com cuidado incomparável, e, em resposta, somos chamados a ser Suas mãos e pés na terra, pastoreando uns aos outros com amor e compaixão. Essa é uma oportunidade de avaliação: tenho experimentado o pastoreio de Jesus? Tenho respondido a Seu convite para cuidar das pessoas que Ele ama?
Venha ao Supremo Pastor, permita que Ele transforme seu coração e o capacite a edificar uma igreja pastoral, onde o amor de Cristo se manifesta no acolhimento e cuidado mútuo. É nessa igreja, construída sobre o exemplo do bom pastor, que vidas são transformadas e o Evangelho encontra expressão prática no dia a dia.
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